Capoeiranças de Elis: poética matrial da ancestralidade em capoeira Angola
Palavras-chave:
Educação afro-ameríndia, Capoeira, Imaginário, LiteraturaSinopse
O livro conta as negrafias e capoeiranças de uma menina-mulher que cedo recebeu os duros golpes de uma sociedade que atualiza sempre o arquétipo da Casa-Grande: patriarcal, latifundiária, machista, discriminadora, adultocêntrica, brancocêntrica, etnocêntrica. Não à toa que sua verve feminista irrompe com a defesa contra o racismo. Que pequena notável! Gigante na atitude. Profunda na compreensão enlameada de Nanã. Contando-se um pouco da história de Elis Regina Feitosa do Vale, a obra ressalta a permanente exigência de reverência ancestral mesmo no mundo contemporâneo: garantir a permanência da palavra viva nas palavras desenhadas e impressas para aqueles que não tiveram o privilégio de escutar Elis. Não é desejo de registro, mas de partilha da voz dessa admirável figura pela veia aberta da poesia cheia de asè para aqueles que, com um mínimo de sensibilidade, possam escutá-la em sua energia ao, simplesmente, lê-la. Somente a oralidade é que humaniza a escrita. A tradição oral se converte imediatamente em canto.