Dialogando com experiências da educação dos anos 60: educação de adultos: Paulo Freire, escolas radiofônicas, os CPC e a UNE

Autores

Sonia Maria Portella Kruppa
Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação
https://orcid.org/0000-0001-6195-3436
José Jackson Reis dos Santos
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
https://orcid.org/0000-0001-9575-2683

Palavras-chave:

Educação popular, Paulo Freire, Brasil-urgente, Alfabetização

Sinopse

Esta publicação tem sua origem num trabalho de extensão, realizado no ano de 2002. Seu propósito original foi recuperar três importantes experiências educacionais e culturais ocorridas nos anos de 1960, por meio de seminários distintos que tiveram como expositores os seus próprios protagonistas, os sujeitos socias que lhes deram vida e amplitude. O primeiro seminário - “Os Ginásios Estaduais Vocacionais – um projeto coletivo de educação” – relatou a origem e trajetória desses Ginásios, que tiveram lugar na educação pública paulista, atravessando essa década e se constituem, até hoje, num marco de referência de qualidade da escola pública. Outro seminário - “Escola Estadual Experimental Prof. Edmundo de Carvalho – O Experimental da Lapa – sua trajetória e suas marcas”, contou com presença significativa dos profissionais da conhecida como Escola Experimental da Lapa, relatou sua organização, também lembrada entre os educadores presentes, contou com a participação da direção dessa escola e de seus profissionais, vários dos quais passaram a atuar em diferentes Universidades públicas e se tornaram referência para a formação de professores, especialmente. Por fim, o terceiro Seminário - “Educação de adultos: Paulo Freire, escolas radiofônicas, os CPC e a UNE”, objeto desta publicação, trouxe o tema da Educação de Jovens e Adultos (EJA), marcada pelo surgimento da figura de Paulo Freire e, também, pelas experiências da cultura e educação popular. O início dos anos de 1960 foi fértil na produção cultural: no teatro, na música, no cinema e na poesia. Marcaram essa época a participação de universitários, organizados na União Nacional dos Estudantes (UNE) e, ainda, a participação de jovens universitários e secundaristas que, mediados por setores progressistas da igreja católica, uniram-se aos operários, constituindo os movimentos da Juventude Operária Católica (JOC), Juventude Universitária Católica (JUC) e da Juventude Estudantil (Secundária) Católica (JEC), configurações que estiveram no Movimento da Educação de Base (MEB) e na formação de escolas radiofônicas, com importância em várias localidades do país. O momento de retrocesso cultural e social vivenciado no país nos anos de 2019 a 2022 dá maior relevância a essas experiências, cuja publicação contribui para a formulação de novas aproximações entre iniciativas no âmbito da cultura e da educação, que alimentem a busca pela superação da desigualdades sociais históricas do Brasil. Recuperar a memória de alguns destes projetos é o principal objetivo deste trabalho. 

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Biografia do Autor

Sonia Maria Portella Kruppa, Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação

É professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, com formação acadêmica nesta Universidade: Bacharelado (1976) e Licenciatura (1981) em Ciências Sociais; Pedagogia e Supervisão Escolar (1985); Mestrado em Educação (1994) e Doutorado (2001). Tem experiência de pesquisa na área de Educação e Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: Estado, Políticas Públicas, Planejamento e Avaliação, Organismos Multilaterais de Cooperação (Banco Mundial), Formação de Professores, Educação de Jovens e Adultos e Economia Solidária. Coordenou pesquisa internacional sobre Avaliação Educacional, realizada em conjunto com pesquisadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (PT) e da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Selecionada em 2008, como professora de alto nível pelo Programa da União Européia Master Erasmus Mundus MUNDUSFOR Formación de Profesionales de la Formación, tendo sede na Universidade do Porto e desenvolvendo seminários e outras atividades docentes e de pesquisa junto à Université Reims-Champagne-Ardenne (França) e À Universitat Rovira i Virgili de Tarragona (Espanha). Trabalhou em administrações públicas municipais e federal nas áreas da educação e trabalho. Foi professora da Educação Básica em escolas públicas municipais e estaduais. É docente na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, desde 1993. Atualmente, é coordenadora do Núcleo de Avaliação Institucional (NAI-FEUSP), integrado por cerca de trinta escolas públicas situadas na Grande São Paulo, que constituem campo de formação e de pesquisa a licenciandos e professores. Desde 2021, desenvolve trabalho intersetorial em quatro polos da região metropolitana de São Paulo, em parceria com docentes da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP), Escola de Enfermagem (EE-USP), PUC-São Paulo e Instituto Lidas. É membro do Conselho Consultivo do Instituto Paul Singer. Contato: skruppa@usp.br

José Jackson Reis dos Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Pós-Doutor pela Universidade de São Paulo (USP – 2020-2021), supervisionado pela Profa. Drª Sonia Maria Portella Kruppa. Doutor em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com estágio doutoral na Universidade de Lisboa (ULisboa), Portugal. Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), vinculado ao Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) e ao Programa de Pós-graduação em Ensino (PPGEn-UESB). Coordenador do Grupo Colabor(Ação): estudos e pesquisas em educação de pessoas jovens, adultas e idosas do DFCH-UESB. Contato: jackson.santos@uesb.edu.br

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Publicado

abril 23, 2025
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Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-65-87047-87-4

doi

10.11606/9786587047874