Edições e estudo do livro dos usos da Ordem de Cister, de 1415

Autores

Lisana R. T. Sampaio
Universidade Federal da Bahia, Departamento de Letras Vernáculas do Instituto de Letras, Salvador, BA

Palavras-chave:

Linguística histórica, Lexicografia, Língua portuguesa (História), Mosteiros, Cristianismo, Ordem de Cister

Sinopse

Os mosteiros da Ordem de Cister floresceram na França, com o monge beneditino Roberto de Moslesmes, e se difundiram rapidamente por todo território europeu, com o intuito de restituir a antiga observância da Ordem de São Bento à vida monástica. Essa Ordem se tornou o maior expoente do Cristianismo na Europa medieval, imprimindo na escrita, no ensino e nas práticas pedagógicas religiosas sua organização e austeridade. Em Portugal, a sua casa mais representativa foi a Abadia de Alcobaça, que se destacou pela sua singular organização, severidade e vasta biblioteca, haja vista, o mosteiro contar, em seu apogeu, com cerca de 500 manuscritos. O Livro dos usos da Ordem de Cister é um dos documentos remanescentes desse valioso acervo, datado de 1415, cujo cerne narrativo são os hábitos dos monges cistercienses de Alcobaça. Depositado na Biblioteca Nacional de Portugal, o documento é composto de 113 fólios, em reto e verso, e escrito em letra gótica, com letrinas filigranadas a azul e vermelho. Os monges cistercienses de Alcobaça exerceram importantes papeis históricos, o que faz dos seus registros fontes importantes para a investigação de períodos pretéritos da língua portuguesa. Dada a importância desse documento, a presente pesquisa de mestrado oferece à comunidade científica, em geral, e ao público interessado por questões históricas, em particular, duas edições do referido livro medieval: uma de natureza diplomática, ou seja, de cariz conservador, em que os índices linguísticos são devidamente preservados, e outra semidiplomática ou interpretativa, com um grau de intervenção editorial exclusivamente voltado para a regularização do léxico patente no documento. A partir desta última, foi elaborado, também, um glossário, norteado pelos pressupostos da lexicografia histórica, o qual registrou os itens lexicais referentes à conduta dos componentes da Ordem, seu vestuário, sua rotina, suas celebrações e festividades, liturgia, ritual fúnebre entre outras práticas da comunidade, contribuindo com o trabalho de reconstrução da trajetória da língua portuguesa no período arcaico, objetivo principal do projeto Dicionário Etimológico do Português Arcaico (Projeto DEPARC) projeto de longa duração, em andamento na Universidade Federal da Bahia, a que se filia.

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Biografia do Autor

Lisana R. T. Sampaio, Universidade Federal da Bahia, Departamento de Letras Vernáculas do Instituto de Letras, Salvador, BA

Universidade Federal da Bahia, Departamento de Letras Vernáculas do Instituto de Letras, Salvador, BA

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Publicado

março 10, 2016

ISSN online

2318-2032
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Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

9788575062463

doi

10.11606/9788575062463